Maho Bah-Villemagne, primeiro atleta transgênero a receber licença da Federação Francesa de Boxe (FFBoxe), retorna aos ringues, sábado, 1er Novembro, durante o Open Boxing 2025, em Marselha. Faz hoje um ano que o atleta lutou pela primeira vez na carreira na categoria masculina. Ele totalizou então 28 lutas entre mulheres, tendo conquistado o título do campeonato militar francês em menos de 52 quilos, em 2022. Cientista da computação há seis anos no exército francês, de onde saiu com o posto de tenente, no final de 2024, conta o integrante da Noble Art Boxing de Marselha, de 31 anos, ao Mundo sua jornada.

O 1er Novembro marcará sua segunda luta na categoria masculina. O que representa esse retorno ao ringue?

É aniversário da minha primeira luta amadora como boxeador: um momento muito emocionante, com casa cheia. Pela primeira vez pude lutar competitivamente sem camisa e sem capacete. Terminou com igualdade de pontos, mas com preferência dada pelo árbitro ao meu adversário. Trabalhei muito e agora é hora de vencer! Mesmo que eu não aposte minha masculinidade na vitória, muitos comentários transfóbicos me são regularmente relatados.

O boxeador francês Maho Bah-Villemagne, após treino no ginásio Susini, nos bairros norte de Marselha, 8 de setembro de 2025.

Como o boxe entrou na sua vida?

Por volta dos 20 anos, minha namorada e eu fomos atacados por um homem em Nice, voltando de uma festa. Eu era lésbica naquela época macho [d’apparence considérée comme masculine] e, em particular, pedi para ter um gênero masculino. Desde os 10-12 anos, apesar do corpo de menina, tive a sensação de ser um monstro. Durante esse incidente, quis nos defender fisicamente, mas não sabia lutar. Aprender boxe tornou-se então uma obsessão e depois uma paixão que me salvou.

Você ainda tem 71,88% deste artigo para ler. O restante é reservado aos assinantes.

Fonte

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *