Através de um estudo realizado de que agrotóxicos foram detectados na água que abastece mais de 2.300 cidades de 2014 a 2017 no Brasil, recentemente internautas e moradores de cidades da nossa região (Carandaí, Conselheiro Lafaiete, Capela Nova, entre outras) questionam cada vez mais sobre a veracidade desses dados.
Das cidades abastecidas pela Copasa, o município de Carandaí tem o segundo maior nível de agrotóxicos detectados na região que se associam a determinadas doenças. Entre Rios tem o maior nível, e Ressaquinha, Congonhas, Lagoa Dourada e Lafaiete também estão entre os altos níveis. Já Capela Nova, Ouro Branco, Belo Vale e Rio Espera e São Brás do Suaçuí, são destaques com menor índice, e algumas cidades não foram detectados nenhum nível, como por exemplo, Cristiano Otoni.
É importante destacar que nesse mesmo estudo realizado que foi possível detectar a presença de agrotóxicos na água que consumimos, o índice de contaminação ainda é considerado baixo.
Confira os dados das cidades mencionadas:
Desde 2007, observou-se um acentuado crescimento da taxa de consumo de agrotóxicos em Minas Gerais, enquanto houve um pequeno aumento da área plantada. De maneira geral, esse comportamento é semelhante ao perfil nacional, sendo uma de suas explicações o aumento da produtividade agrícola (capacidade de produzir mais por área cultivada).
Intoxicações exógenas por agrotóxicos
Em Minas Gerais, a incidência de intoxicações por agrotóxicos têm crescido nos últimos anos. Entre os anos de 2008 e 2012, os municípios de Carandaí teve um total de 32 notificações, Barbacena: 33 casos, Congonhas: 23 casos, Conselheiro Lafaiete: 26 casos, como demonstram os dados do SINAN e IBGE:
O tal “Coquetel tóxico”
A exposição aos agrotóxicos é considerada um grave problema de saúde pública, listando efeitos nocivos que podem gerar “puberdade precoce, aleitamento alterado, diminuição da fertilidade feminina e na qualidade do sêmen; além de alergias, distúrbios gastrintestinais, respiratórios, endócrinos, neurológicos e neoplasias”, destaca o Ministério da Saúde.
A mistura entre os diversas químicos foi um dos pontos que mais gerou preocupação entre os especialistas ouvidos. O perigo é que a combinação de substâncias multiplique ou até mesmo gere novos efeitos. Essas reações já foram demonstradas em testes, afirma a química Cassiana Montagner. “Mesmo que um agrotóxico não tenha efeito sobre a saúde humana, ele pode ter quando mistura com outra substância”, explica Montagner, que pesquisa a contaminação da água no Instituto de Química da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), de São Paulo. “A mistura é uma das nossas principais preocupações com os agrotóxicos na água”.
Vale ressaltar que há o fortalecimento da Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Agrotóxicos e Plano de ação, bem como o monitoramento de agrotóxicos na água para consumo humano, realizados pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
A equipe do Uai News estrou em contato com a Copasa, que ficou de mandar um esclarecimento detalhado sobre o fato e também dados atualizados do índice de cada município.