euA bioeconomia europeia já é um pilar da inovação e do emprego: em 2021, representava quase 5% do produto interno bruto da União Europeia (UE) e empregava mais de 17 milhões de pessoas, segundo um relatório da Comissão publicado em 2024. Uma componente-chave da bioeconomia é a biologia sintética, que permite conceber e fabricar novas sequências genéticas que desempenham funções específicas: produzir um medicamento, degradar um poluente, gerar um biocombustível. Insulina, vacinas, materiais biodegradáveis: tantas inovações já produzidas por células programadas.

Mas este poder económico e industrial é acompanhado de novos desafios em termos de segurança e confiança na manipulação de sequências genéticas capazes de “reescrever os seres vivos”. Já na década de 1980, investigadores soviéticos tentaram modificar os vírus da peste e do antraz para os tornar resistentes aos antibióticos. Hoje, esse poder está acessível em apenas alguns cliques: é possível encomendar fragmentos de DNA capazes de “reescrever” organismos, produzindo vacinas ou materiais de origem biológica.

Esta capacidade levanta uma questão fundamental: como podemos garantir que estas tecnologias não sejam mal utilizadas nem exploradas para fins maliciosos? Este é o objetivo do controle da sequência de DNA, um procedimento para identificar fragmentos potencialmente perigosos (patógenos ou toxinas conhecidas) e para confirmar a identidade dos clientes. Os “produtores” são empresas de síntese de ADN e seus clientes: laboratórios de investigação, universidades, hospitais, start-ups ou grupos industriais.

Necessidade de controle

Nos próximos meses, a Comissão Europeia apresentará a sua primeira lei sobre biotecnologia (UE Biotech Act). Contudo, um elemento-chave permanece por resolver: a necessidade de um controlo obrigatório da síntese de ADN.

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