O envelhecimento é um fenómeno universal… mas não necessariamente uma inevitabilidade biológica. Cada vez mais equipas de investigação tentam agora compreender e abrandar os mecanismos do envelhecimento, na esperança de alargar o duração vida saudável.

Última descoberta: um estudo conduzido pela Universidade da Califórnia em Berkeley e publicado em Envelhecimentorevela que uma combinação de dois tratamentos existentes permitiu que ratos machos velhos e frágeis vivessem 73% mais do que os seus pares.

Visando duas vias de envelhecimento para um efeito espetacular

Os cientistas confiaram em uma abordagem dupla. Por um lado, a oxitocina (OT), uma hormona natural ligada à reprodução e à sociabilidade, mas também à regeneração muscular e à reparação dos tecidos. Por outro lado, um inibidor de Alk5 (A5i), que bloqueia a via de sinalização do TGF.betaconhecido por aumentar com a idade e promover inflamação crônica.

Administrado a ratos com 25 meses de idade (o equivalente a aproximadamente 75 anos para humanos), este cocktail não só prolongou as suas vidas, mas também melhorou a sua condição física. físicosua memória e seus níveis de proteína no sangue.

O tratamento de camundongos machos idosos e frágeis com OT+A5i resultou em notável prolongamento da vida de 73% a partir desse ponto e um aumento de 14% na expectativa de vida média geral », Descreva os pesquisadores em sua publicação.

Estes resultados sugerem que visar simultaneamente vários mecanismos de envelhecimento pode ser mais eficaz do que um único tratamento. No entanto, não foram observados efeitos benéficos no sexo feminino, constatação já encontrada em outras pesquisas sobre longevidade. Os autores levantam a hipótese de que as diferenças hormonais e metabólicas entre os sexos poderiam desempenhar um papel fundamental.

Um novo caminho na busca pela longevidade

Este estudo se soma a uma série de trabalhos recentes que exploram a possibilidade de retardar o envelhecimento biológico. Em abril de 2025, uma publicação em Envelhecimento da Natureza já mostraram a possibilidade de restaurar certas funções celulares para retardar o declínio relacionado à idade.

O interesse da combinação OT+A5i também reside no fato de que ambos moléculas já são conhecidos e testados em humanos: a ocitocina é usada em obstetrícia, enquanto os inibidores Alk5 são objeto de ensaios clínicos contra Câncer. Esta familiaridade poderia acelerar a investigação sobre a sua segurança e efeitos secundários num contexto anti-envelhecimento.

Se a ideia de um tratamento que prolongue a vida é um sonho, os pesquisadores apontam que o envelhecimento é um equilíbrio complexo: corrigir uma função pode atrapalhar outra. Os próximos passos terão, portanto, como objectivo perceber porque é que as fêmeas não reagiram ao tratamento e verificar se estes efeitos poderão, um dia, ser reproduzidos em humanos.

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