TEM Numa época de populismo crescente, as pressões políticas sobre o processo de investigação e os cientistas estão a aumentar. O que está a acontecer nos Estados Unidos e noutros países, com líderes a questionar os resultados científicos sobre o clima e em muitas outras áreas, é uma ilustração perfeita e assustadora disto. Também em França, a liberdade académica tem estado sob ataque político há vários anos, especialmente com o surgimento de grupos de interesse. Ao afirmar representar o ” Empresa “contestam o próprio processo de investigação científica, em nome de convicções pessoais, religiosas ou económicas, sem se preocuparem com as consequências no bem-estar dos cidadãos e na soberania do nosso país em muitas áreas, incluindo a da saúde.

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Além das campanhas de opinião, esses grupos realizam ações judiciais, aproveitando-se de vícios formais para proibir projetos de pesquisa biológica, ou mesmo exigindo participação em decisões científicas. A sua interferência, que se exerce inclusive através da elaboração de emendas e propostas legislativas apresentadas pelos parlamentares, entra em conflito com os próprios fundamentos da liberdade acadêmica.

Um francês consome em média mais de 10.000 animais durante sua vida, enquanto indiretamente usa apenas 2,5 em média para pesquisas científicas e biomédicas, segundo Gircor [association regroupant des acteurs publics et privés de la recherche et de l’enseignement supérieur, ayant recours aux animaux à des fins scientifiques]. A utilização de animais para fins científicos é altamente controlada em França e na Europa, com uma das regulamentações mais rigorosas e abrangentes do mundo, garantindo em particular o objetivo essencial de conciliar o bem-estar animal e a excelência científica.

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No entanto, a utilização de animais para investigação científica é cada vez mais estigmatizada em França. As propostas de impostos sobre a utilização de animais para fins científicos, em particular, são apresentadas todos os anos durante a votação do orçamento do Estado, sob a forma de alterações, por vezes elaboradas diretamente por um lobby animal. Este é mais uma vez o caso do orçamento de 2026 atualmente em discussão no Parlamento, tendo estas alterações seguido um projeto de lei na primavera de 2025!

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