Deveríamos impor cláusulas mais rigorosas de soberania aos gigantes europeus da indústria de armamento? Esta é a questão que se coloca desde que a Rheinmetall, campeã europeia de tanques e munições, firmou uma parceria estratégica com a americana Anduril Industries, em junho de 2025, para fabricar drones autónomos. As duas empresas anunciaram que desenvolveriam em conjunto variantes europeias dos drones aéreos Barracuda e Fury da Anduril e explorariam possibilidades de construção de motores de propelente sólido, usados para alimentar mísseis e foguetes.
O acordo provocou diversas reações críticas. A Anduril, fundada em 2017, recebeu financiamento de Peter Thiel, um bilionário libertário polêmico por suas críticas à democracia, que investiu pesadamente em tecnologias de defesa e segurança como a Palantir Technologies, empresa especializada em análise de big data, da qual foi cofundador. A parceria Rheinmetall-Anduril, mesmo envolta em garantias de “soberania” levada a cabo pelas duas partes envolvidas, poderá colocar problemas éticos? Já para não falar dos riscos para a segurança europeia em caso de desacordo com os Estados Unidos. Há também o problema das dependências tecnológicas: poderá a Europa continuar a confiar nas competências americanas em tecnologias emergentes, como a inteligência artificial, quando existem alternativas europeias?
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