
Duas associações interpuseram recurso no dia 27 de outubro no tribunal administrativo de Nantes para pedir ao juiz “ordenar ao Estado“para melhor detectar a contaminação da água com CVM, um gás classificado como “cancerígeno definitivo”, aprendemos com seu advogado.Este recurso de liminar é o primeiro na França sobre o tema CVM e visa forçar o Estado, que há meses não nos responde, a reagir“, disse à AFP Me Gabrièle Gien, advogada especializada em direito ambiental.
O monômero de cloreto de vinila (VCM) é um gás presente nas tubulações de PVC para água potável instaladas na década de 1970, classificado como “certo” cancerígeno desde 1987. Causa principalmente câncer de fígado, segundo o Ministério da Saúde. Está presente em 15% a 30% da rede francesa, segundo o investigador Gaspard Lemaire, que mencionou à AFP 275.000 km de tubagens potencialmente contaminadas, especificando que “menos de um quarto das contaminações identificadas seriam tornadas públicas“.
Leia tambémÁgua potável: a ameaça dos poluentes
“Falta de reação do Estado“
A ação surge na sequência de várias outras iniciadas por vários residentes de diferentes concelhos de França confrontados com a poluição na CVM e “à falta de reação do Estado“, insiste Me Gien. Ela pretende obter um “conformidade com os regulamentos aplicáveis“, nomeadamente ao nível da identificação de troços de tubagens contaminadas, da monitorização, mas também da informação das populações afectadas. Segundo Me Gabrièle Gien, “foram cometidos erros e é também uma questão de reconhecer certas responsabilidades“.
“Até agora, tentámos dialogar com todas as partes envolvidas, como os sindicatos da água ou as Agências Regionais de Saúde (ARS).“, disse Hervé Conraux, membro da associação Sarthe Citizen Committee, que interpôs o recurso junto com a filial departamental da France Nature Environnement. Na ausência de medidas suficientes tomadas, “era hora de agir em escala nacional, para obter o cumprimento das regras quebradas e obter reações“, acrescentou.