Dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se no domingo em Haia para tentar colocar a luta contra as alterações climáticas na linha da frente, três dias antes das eleições legislativas nos Países Baixos, onde a imigração e o acesso à habitação surgiram como temas de campanha.

Brandindo faixas proclamando em particular “O planeta merece o seu voto” ou “Vote verde”, os manifestantes – cerca de 45 mil segundo os organizadores – reuniram-se num parque no centro de Haia, antes de marcharem pelas ruas da cidade.

“Acho que há muita preocupação na Holanda com a política climática. Acho que isso não se reflete corretamente no debate político e no que vemos nestas eleições”, disse Daan Zieren, de 23 anos, à AFP.

“Vemos partidos que absolutamente não falam sobre isso, mesmo aqueles que falavam muito sobre isso”, lamenta este ativista de um movimento juvenil pelo clima.

De acordo com uma última sondagem, o clima ficou muito aquém das outras prioridades dos eleitores para as eleições da próxima quarta-feira.

A questão climática fica assim colocada na 11ª posição entre as prioridades escolhidas entre as analisadas por esta sondagem realizada no mês passado pela Eenvandaag junto de 25 mil eleitores.

Os entrevistados tiveram que selecionar cinco prioridades entre 25 temas propostos, e apenas 19% escolheram o clima para aparecer neste top 5. Por outro lado, 58% citaram a habitação, 44% a imigração e 40% o sistema de saúde.

“Esperamos que todas as partes percebam que não podem continuar a ignorar o problema climático”, afirma Daan Zieren.

Um trabalhador voluntário de 47 anos, Marijn Roorda, veio vestido de urso polar, em referência a este animal cujo habitat está a ser minado pelas alterações climáticas.

Ele também se diz frustrado com a ausência de questões relacionadas às mudanças climáticas na campanha eleitoral. “Muitos partidos já não se preocupam com o ambiente. Há até quem negue” esta realidade, lamenta à AFP.

“Acho que muita gente está preocupada com o clima, principalmente os jovens, mas muita gente está cansada dos políticos”, acrescenta. “Nada está acontecendo, nada está mudando e queremos ver uma mudança”, conclui.

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