A jornada foi dolorosa, difícil e às vezes assustadora. Mas, poucas horas antes da sua aterrissagem planeada em Paris, na terça-feira, 28 de outubro, Sama Emad, uma artista de Gaza de 25 anos contatada pelo WhatsApp, teve a sensação de que uma nova vida se abria diante dela. “Inshallah”disse ela, pouco antes de embarcar no aeroporto de Amã, na Jordânia.
Com os seus pertences amontoados numa mochila cor-de-rosa fornecida pelo consulado francês em Jerusalém, a palestiniana, cuja casa no norte de Gaza foi bombardeada pelo exército israelita durante a guerra, sabia há uma semana que em breve voaria para Paris, para, espera ela, estudar arte lá durante um ano ou mais.
Membro de uma família de quatro irmãos e três irmãs, o designer gráfico faz parte do grupo de 20 habitantes de Gaza evacuados pela França dois dias antes, conforme revelou Liberar Domingo, 26 de outubro. Muitos são, como ela, artistas, vozes de jovens palestinos destroçados por dois anos de guerra. O jovem poeta Batool Abu Akleen, coautor de um livro, Vozes da Resistência, Diários do Genocídio (“Voz de resistência, jornal de um genocídio”, Comma Press), cuja tradução é esperada na França na primavera pela Actes Sud, está na viagem ao lado de bolsistas chamados a ingressar em diversas universidades francesas. O grupo também inclui alguns adultos “ter um vínculo com nosso país (…) ser abrigado”especifica um diplomata francês.
Você ainda tem 71,62% deste artigo para ler. O restante é reservado aos assinantes.