No dia 19 de outubro, a empresa americana SpaceX implantou 28 novos satélites de sua megaconstelação de comunicações pela Internet Starlink durante a 550ª missão de seu lançador Falcon 9. Ultrapassou assim a marca histórica de 10 mil satélites colocados em órbita baixa desde o início do programa.

Até à data, foram identificados mais de 13.000 satélites activos – e cerca de 16.000 satélites no total em órbita. Um aumento de 23% nos últimos 12 meses, indica a start-up francesa Look Up Space, empresa especializada em monitorização de situações espaciais. A história do espaço vive hoje uma aceleração sem precedentes desde o lançamento do Sputnik 1, o primeiro satélite artificial da Terra, colocado em órbita em 4 de outubro de 1957 pela União das Repúblicas Soviéticas (URSS).

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Umritmo que aumentou desde 2020

Em sessenta anos, até 2017, foram lançados cerca de 8.000 satélites. Mas o ritmo realmente aumentou desde 2020, quando cerca de 2.000 satélites estavam em serviço. Desde então, mais de 11 mil deles foram colocados em órbita. Esta dinâmica resulta de uma industrialização da construção de pequenos satélites, produzidos a baixo custo e destinados a fornecer tráfego de alta velocidade para a rede Internet.

A megaconstelação Starlink de Elon Musk representa agora dois terços dos satélites ativos, enquanto os Estados Unidos respondem por três quartos dos ativos espaciais. Uma tendência que se intensificará no futuro. A SpaceX tem autorização da autoridade de comunicações americana para colocar em órbita 19,5 mil satélites em diferentes faixas de frequência.

Por seu lado, a China aumentou o seu número de satélites activos em 25%, ou mais de 1.100 registados pela Look Up Space, incluindo 90 e 57 satélites implantados para constelações semelhantes a Starlink, QianFan e GuoWang. Lá A constelação europeia Eutelsat OneWeb chega em seguida, com 651 satélites em órbita no início de outubro.

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O medo de colisões em cadeia

O aumento do número de satélites em órbita levanta preocupações sobre a possibilidade de colisões em cadeia e detritos em órbita que poderiam impossibilitar o acesso ao espaço, cenário conhecido como síndrome de Kessler. Já foram catalogados em órbita mais de 12 mil pedaços de detritos maiores que 10 cm, quase o triplo disso se levarmos em conta os menores objetos. Em órbita baixa, um raio de um centímetro de diâmetro atingindo um satélite causaria sérios danos, correspondendo à explosão de alguns gramas a cem gramas de TNT!

Os principais intervenientes no sector espacial devem agora concordar em implementar coordenação e regulamentação globais para limitar este risco. “Contactos recentes entre as agências espaciais chinesa e americana sobre casos operacionais de prevenção de colisões podem ser vistos como um primeiro sinal positivo nesta direção“, indica a Fundação para a Investigação Estratégica.

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